12.2.07

Ora,veja...

Deu-se que mais uma vez minhas ansiedades, frustrações e expectativas foram engolidas em volumes homéricos, e fizeram um belo estrago no meu sistema digestivo.

E aí, como se faz?

Trata-se do efeito, pra atenuar a dor física, e da causa, que tem origem na cuca.

Não farei aqui um longo tratado sobre as dores e delícias de ser filha única e nerd, depositária de todas as expectativas do mundo, ainda que silenciosas e discretas. Mas digo e repito: os maiores desafios da minha vida tiveram, têm e sempre terão menos a ver com os ímpetos de independência e sucesso do que com as permanências, a aceitação dos próprios limites, um nível de auto-conhecimento e compreensão que me permita optar pelo viver simples. Simples, não medíocre. Por favor, não confundamos alhos com bugalhos.

Entre tantas outras obviedades que sempre preciso reouvir e treouvir, hoje minha médica disse algo valioso: eu preciso de paz e organização pra viver bem. O caos não me interessa em nenhuma das suas formas, seja profissional, urbano ou pessoal. Fujo dele loucamente, tentando construir caminhos mais amenos. Tranqüilidade não é sinônimo de tédio; excessos são sinônimos de... gastrite.

O caso é mais ou menos esse. Vinte e seis anos, não me violento mais.

Este post pode denotar um profundo egotismo, e peço que não me levem a mal: escrever foi a forma mais confortável, desde sempre, que eu encontrei pra me expressar, e é para a escrita que canalizo a ansiedade, quando me falta o ar para falar, quando o nó na garganta é grande demais, quando simplesmente não consigo verbalizar o que sinto. E, como é o caso, aproveito pra dizer que amo aqueles que amo. Isso me vai melhor assim, publicado num blog promiscuamente público, mas dia desses ainda pego vocês de surpresa...