19.11.06

Expirando

Tenho umas raivas bobas, bobas
Raivas de mim
De sempre escolher o caminho mais longo
De ser teimosa de doer
Das pisadas na bola de inominável fealdade
Do orgulho e da soberba, vez por outra
Da minha presunção travestida de insegurança, ou insegurança travestida de presunção
Da vanidade de algumas noites em claro, com seus álcoois e tabacos
De perder a medida do amor e ser extravagante
Raiva de temer o futuro
E o presente
(O passado, nunca.)


Não saber organizar a vida
Não saber fazer dinheiro como deveria
Não dizer a coisa certa quando deveria
Falar demais
Silenciar agressivamente
Astigmatismo pra ler livros e perceber pessoas
(Limitações muitas)
Negligenciar afetos
Natureza de excessos - de companhia e de solidão
Humor azedo por motivos mesquinhos
Ir atender xingando telefone que berra
E ligações com mais de 8 minutos
Franja espetada de sal de mar
Mulata neurastênica do litoral

(E vou dormir, que já são horas.)

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